segunda-feira, 15 de abril de 2013

Capital paraense volta a registrar a maior inflação do país


O indicador é superior ao registrado no mês de fevereiro (0,58%)

11/04/2013 - 14:45 - Economia
Belém voltou a registrar o maior índice inflacionário entre as capitais brasileiras. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a capital paraense fechou o mês de março liderando o ranking do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial, com alta de 0,79%. O indicador é superior ao registrado no mês de fevereiro (0,58%) e só fica atrás, no ano, da marca alcançada em janeiro (1,06%), quando também registrou o inglório título de capital com a maior inflação do País. Nos primeiros três meses do ano, o IPCA de Belém já contabiliza 2,45%, novamente o maior índice do País.
A capital também aparece no topo da taxa acumulada em 12 meses, com novo recorde de 9,19%. Essa variação foi uma das principais razões para a média nacional voltar a superar o teto da meta de 6,5%, fixada pelo Conselho Monetário Nacional, com marca de 6,59%, no maior índice desde o novembro de 2011 (6,64%). O índice acumulado nacional subiu pelo nono mês seguido, mas a expectativa é de que essa tendência comece a reverter a partir da próxima divulgação. A taxa de março foi a menor dos sete últimos meses (0,47%). No primeiro trimestre, o IPCA somou 1,94%, ante 1,22% em igual período de 2012.
A segunda maior inflação regional registrada no País foi apontada em Belo Horizonte, que teve em março passado aumento de 0,63%, seguido por Fortaleza, com alta de 0,61%; Goiânia, com acréscimo de 0,52%; e Salvador, com 0,51%. Já os menores índices foram apontados no Rio de Janeiro (0,27%), Curitiba (0,34%) e Recife (0,37%). Fortaleza aparece em segundo, tanto no acumulado dos três primeiros meses, quanto no somatório dos últimos doze meses, com indicadores 2,36% e 8,11%, respectivamente. Por outro lado, Rio de Janeiro surge com a menor taxa acumulada no trimestre (1,25%) e Brasília no ano (5,85%).
Segundo o IBGE, os gastos com alimentação foram os principais responsáveis pela alta do indicador inflacionário em Belém no mês de março, sobretudo, em virtude da alta do açaí (18,31%), que, junto com a farinha de mandioca (3,10%), tiveram impacto de 0,26 ponto percentual sendo os dois responsáveis por 33% do índice da região. No acumulado de janeiro a março desse ano, o preço do açaí aponta um aumento de 55,66% e nos últimos doze meses de 40,58%. Já a farinha de mandioca acumula altas de 32,46% e 146,50%, respectivamente.
Entre os subitens ainda se destaca a cebola, com o maior acréscimo registrado no último mês em Belém, 21,68%; o mamão, 12,48%; uva, 12%; batata inglesa, 11,27%, repolho, 10,26%; ovo de galinha, 8,67%; banana prata, 6,50%; e o camarão, 5,92%. Por outro lado, as maiores baixas foram registradas no preço do cheiro verde (-9,37%), do caranguejo (-5,08%), de artigos de armarinho (-4,96%), transporte hidroviário (-4,45%) e presunto (-4,45%).
Já em todo o País, o resultado decrescente de março teve forte influência do grupo Educação, que havia subido 5,40% em fevereiro e agora teve variação de 0,56%. Com isso, o impacto na taxa geral passou de 0,24 para 0,03 ponto percentual. Dos sete grupos, apenas dois (Habitação e Comunicação) tiveram taxas maiores no mês. Os alimentos, por exemplo, passaram de 1,45%, em fevereiro, para 1,14%. Mesmo com a desaceleração, foi a maior taxa entre os grupos. E responderam por 60% do índice do mês (0,28 ponto percentual).
Vilão do período recente, o tomate subiu bem menos (de 20,17% para 6,14%), mas ainda acumula alta de 60,90% no ano e 122,13% em 12 meses. A maior alta acumulada é da farinha da mandioca (151,39%), que passou de 16,15% para 5,11% no mês passado. A cebola subiu mais, de 11,64% para 21,43% em março, e soma elevação de 54,88% no ano e 76,46% em 12 meses. Também está perto dos 100% nesse período é a batata-inglesa (97,29%), que também mostrou desaceleração no mês (de 7,90% para 6,14%).
No grupo Despesas Pessoais (de 0,57% para 0,54%), a maior alta foi do item empregado doméstico, que passou de 1,12% para 1,56% e teve impacto individual de 0,06 ponto. O custo com cabeleireiro aumentou 1,14%, após cair 0,27% no mês anterior. O grupo Transportes, que havia subido 0,81% em fevereiro, recuou 0,09% em março. O IBGE destacou a queda das passagens aéreas (de -9,98% para -16,43%). A gasolina subiu menos, 0,09%, ante 4,10% no mês anterior, quando refletiu 'os  efeitos do reajuste de 6,60% no preço do litro nas distribuidoras em vigor desde 30 de janeiro'.
Dos grupos em alta, Habitação foi de -2,38% para 0,51%, com a conta de energia elétrica subindo 0,55%, após cair 15,17% em fevereiro. 'As contas já estão 18,04% mais baratas neste primeiro trimestre do ano, refletindo a redução de 18% no valor das tarifas em vigor desde 24 de janeiro', diz o instituto. O grupo de Comunicação foi de 0,10% para 0,13%.
INPC - Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) da capital paraense, referência em negociações salariais, subiu 0,77% em março e ficou 0,15 ponto percentual acima do resultado de 0,62% de fevereiro. Na comparação com as demais capitais pesquisadas, Belém registrou o maior INPC, juntamente com Belo Horizonte. Mas no acumulado dos últimos 12 meses, Belém permanece disparado no topo do ranking com variação de 9,58%, seguida por Fortaleza (9,23%), Salvador (8,08%), Recife (8,00%) e Goiânia (7,56%).
De acordo com o levantamento do IBGE, as maiores influências para a alta do INPC em Belém no último mês também foram o açaí (18,31%) e a farinha de mandioca (3,10%), que, juntos tiveram impacto de 0,29 ponto percentual, sendo responsáveis por 38% do índice da região. Ainda tiveram destaque a cebola, com aumento de 21,68% e o mamão, com 12,48%.
No País, o INPC passou de 0,52% em fevereiro para 0,60% no mês passado, taxa superior à de março do 2012 (0,18%). Fechou o trimestre com alta de 2,05%, ante 1,08% em igual período do ano anterior. Em 12 meses, foi a 7,22%, também acima dos 12 meses imediatamente anteriores (6,77%).

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