Por Eduardo Simões
SÃO PAULO, 6 Mai (Reuters) -
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira que o governo quer
manter o nível de emprego, mas tem a obrigação de diminuir os custos do
trabalho para manter o país competitivo, num cenário em que países europeus em
crise estão reduzindo os direitos dos trabalhadores.
Em cerimônia de posse da
diretoria das associações comerciais de São Paulo, a presidente foi lembrada da
promessa de simplificar o sistema tributário e reiterou a necessidade de o país
ampliar sua competitividade sem abrir mão da estabilidade econômica e das
conquistas sociais.
"O Brasil tem de ter
uma meta coletiva...um compromisso com a competitividade, e temos de ter esse
compromisso sabendo que não é necessário nem abrir mão das conquistas sociais
nem muito menos da estabilidade econômica que conquistamos a duras penas neste
pais", disse.
"Nós não estamos
pensando em reduzir emprego, não é essa a nossa política, mas nós temos a
obrigação de reduzir o custo do trabalho."
A presidente lembrou que os
países que enfrentam a atual crise de dívida, principalmente na Europa, devem
sair dessas turbulências com um custo de trabalho reduzido.
"Nós vemos o mundo
praticar uma política de austeridade que tem por efeito um corte significativo
dos salários e, por isso, quando saírem da crise, terão um custo de trabalho
menor", explicou.
A presidente elencou medidas
adotadas pelo seu governo, como a redução de impostos para alguns setores, e
principalmente a desoneração da folha de pagamento, que ela chamou de
"estruturante".
MICRO E PORTOS
Dilma voltou a falar sobre a
importância da aprovação da Medida Provisória dos Portos, em análise no
Congresso, e da destinação dos royalties provenientes da exploração do petróleo
para a educação.
A presidente disse que a
medida que estabelece um novo marco regulatório para o setor portuário vai
permitir ao Brasil "acrescentar uma peça no tabuleiro de xadrez" da
competitividade com os demais países.
Dilma disse que a aprovação
da MP dos Portos terá impacto na logística do país, em especial porque abrirá
os portos ao investidor privado.
"Isso é essencial para
quebrar monopólios e garantir a eficiência da logística no país", disse
Dilma. A MP perde a validade se não for votada pelos plenários da Câmara e do
Senado até dia 16 deste mês.
A presidente defendeu também
a recente criação da Secretaria Especial para a Micro e Pequena Empresa como
"essencial" para atender a este setor da economia.
"Tenho certeza que essa
secretaria terá um papel estratégico no Brasil", garantiu a presidente. A
criação do novo ministério foi criticada pela oposição, que afirmou que a pasta
foi criada com o objetivo de acomodar o PSD, do ex-prefeito de São Paulo
Gilberto Kassab no governo, de olho no projeto de reeleição de Dilma em 2014.
A presidente aproveitou sua
fala para tecer elogios ao vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos
(PSD), ex-presidente das associações comerciais da cidade e do Estado de São
Paulo, e cotado para assumir a nova pasta. Segundo Dilma, Afif é um dos
responsáveis por colocar o tema das micros e pequenas empresas na agenda
nacional.
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