segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Congresso reprovado por 42%

SÃO PAULO - Após a onda de protestos no país, a reprovação ao Congresso Nacional aumentou nove pontos, segundo o Datafolha. De acordo com a pesquisa, a reprovação subiu de 33% para 42%. A resposta dos parlamentares às manifestações foi avaliada como ruim/péssima por 45% dos entrevistados. E apenas 13% consideram bom ou ótimo.

As iniciativas da chamada “agenda positiva” do Congresso, como a rejeição da PEC 37 e o arquivamento do projeto de cura gay, não tiveram grande impacto, já que apenas 13% aprovaram estas ações.

A imagem do Legislativo teve índices de reprovações maiores em anos anteriores. No ano de 2009, o percentual foi de 44% quando veio à tona, na gestão de José Sarney (PMDB), que a Mesa Diretora do Senado usava atos secretos para nomear e conceder benefícios a servidores.
Já em 2007, a reprovação foi de 45% quando o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), foi acusado de aceitar ajuda de uma empreiteira para bancar despesas pessoais. No escândalo do mensalão, em 2005, a reprovação ficou em 48%.
A única situação de índice de aprovação - 24% - maior que a reprovação foi em dezembro de 2003, ao final do primeiro ano do governo Lula. Mas em novembro de 2010, ao final do segundo mandato do presidente petista, a aprovação chegou a 25%, contra 30% de reprovação.


Popularidade

Após ver sua popularidade despencar em junho, em decorrência dos protestos de rua pelo país, a presidente Dilma Rousseff apresentou uma melhora na avaliação de seu governo, segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem pelo jornal Folha de S.Paulo. Dilma, que chegou a apenas 30% no índice dos que consideram ótimo ou bom o governo, tem agora 36%. O auge de sua popularidade se deu em março desse ano, quando atingiu 65% de aprovação.

O índice dos que consideram seu governo ruim ou péssimo, que em junho chegou a 25%, caiu para 22%. E os que avaliam o governo como regular passaram de 43% para 42%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.

Como verificado em pesquisas anteriores, a aprovação a Dilma é maior na faixa da população que recebe até dois salários mínimos: 41%. A menor aprovação está entre os que ganham mais de 10 salários mínimos, 29%, embora esta tenha sido a faixa com a variação mais favorável à presidente. Em junho, apenas 21% dos mais ricos avaliavam positivamente o governo. O aumento foi de oito pontos percentuais. Na faixas de renda familiar de 2 a 5 salários mínimos e de 5 a 10 salários mínimos, a avaliação positiva do governo é praticamente a mesma: 33% de ótimo e bom na primeira faixa, e 32% na segunda.

Na classificação por escolaridade, a avaliação mais positiva do governo Dilma está entre os que cursaram apenas o ensino fundamental (42%). Entre os que têm o ensino médio, o índice de ótimo e bom é de 33%, e entre os com curso superior, de 28%.

Em relação aos protestos de rua que marcaram o mês de junho e ainda continuam em algumas cidades, o índice dos que acreditavam que traria algum benefício pessoal caiu de 65% para 49%. A percepção de que os protestos melhorariam a vida dos brasileiros em geral também caiu de 67% para 52%.
Em artigo sobre a pesquisa, os diretores do Datafolha, Mauro Paulino e Alessandro Janoni, consideraram que o ambiente favorável às manifestações já não apresenta a mesma amplitude, e que o apoio majoritário às respostas de Dilma aos protestos, já captado em junho, se manteve.
— Agora, mesmo identificando a má gestão dos recursos como principal problema do setor da saúde no país, cresce em sete pontos percentuais a taxa de brasileiros que se coloca favorável à contratação de médicos estrangeiros para áreas de carência. Com as ações, Dilma descola o Executivo da imagem do Congresso Nacional, que tem desempenho amplamente reprovado frente aos episódios — avaliaram os diretores do Datafolha.

A pesquisa foi realizada entre os dias 7 a 9 de agosto, em 160 municípios do país, e ouviu 2.615 pessoas.

Fonte: Site O Globo – 12/08/2013

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