Inflação _ Variação
de agosto supera a de julho. Os "vilões" são o limão e o transporte
fluvial.
A inflação
em Belém continua crescendo e deverá fechar o mês como uma das maiores do País.
Segundo os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15
(IPCA-15), que é a prévia da inflação oficial, subiu 0,34% em Belém, ficando
atrás somente de Curitiba (0,51%) e Brasília (0,36%). A variação do IPCA-15 é
bem superior a apontada no mês passado, quando o registro foi 0,09%.
No
que se refere à inflação do ano, Belém também registrou a maior variação entre
as onze capitais avaliadas. A capital do Pará variou 3,82%, logo atrás das
marcas de Recife (4,84%) e Fortaleza (4,26%). Já no acumulado dos últimos 12
meses, Belém continua como a capital campeã de inflação do País, com variação
de 8,07%. Os índices da capital paraense também são superiores aos da média do
Brasil na variação de agosto (0,16%), no acumulado do ano (3,69%) e no
acumulado dos últimos 12 meses (6,15%).
Os
principais responsáveis por esse aumento da inflação, no mês de agosto, em
Belém, foram o limão (15,74%), o transporte hidroviário (11,97%), o preço do
fogão (10,72%), do filé mignon (8,56%), da antena (7,68%) e da cerveja (7,41%).
Já no acumulado de 2013, os vilões da prévia do IPCA são a banana-prata
(41,39%), o açaí (emulsão) (38,42%), o transporte hidroviário (37,93%), a
batata inglesa (36,99%), o feijão carioca (31,81%) e o repolho (29,06%).
No
acumulado de 12 meses, os principais aumentos foram na farinha de mandioca
(104,69%), batata inglesa (68,28%), banana-prata (54,70%), limão (47,28%) e
abacate (38,74%). Em contrapartida, os itens que tiveram uma deflação mensal
foram a cebola (-21,15%), o item tubérculos, raízes e legumes (-13,11%), tomate
(-13,02%), serra (-10,42%) e repolho (-8,68%). No acumulado desse ano foram o
peixe serra (-32,62%), passagem aérea (-23,10%), mamão (-13,69%), tucunaré
(-17,75%) e energia elétrica residencial (-17,61%).
Em
todo o Brasil o IPCA-15 apontou aumento 0,16% na inflação de agosto, alta
superior à de julho, quando subiu 0,07%. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 teve
alta de 6,15%, abaixo dos 6,40% registrados nos 12 meses imediatamente
anteriores. Em agosto de 2012, a taxa havia ficado em 0,39%. No acumulado no
ano, a taxa registra alta de 3,69%, acima dos 3,32% acumulados no mesmo período
de 2012.
O
estudo mostra ainda que a alta do índice em agosto deve-se, principalmente, à
queda menos intensa dos grupos alimentação e bebidas (de -0,18% em julho para
-0,09% em agosto) e transporte (de -0,55% para -0,30%), bem como à alta na taxa
do grupo saúde e cuidados pessoais (de 0,20% para 0,45%) e educação (de 0,11%
para 0,68%).
No
grupo alimentos, a alta no preço do leite longa vida (5,46%) liderou o ranking
dos principais impactos individuais do mês, com 0,06 ponto percentual. Os
outros itens cujas altas merecem destaque são: feijão-preto (5,35%), cerveja
consumida no domicílio (3,33%) e cerveja consumida fora do domicílio (1,17%).
No item transporte, as quedas, embora menos intensas, ainda são reflexo das
desonerações iniciadas em junho. Variaram as taxas de ônibus urbano (de -1,02%
em julho para -1,69% em agosto), de ônibus intermunicipal (de -0,91% para
-0,70%), de trem (de -1,15% para -1,96%) e de metrô (de -2,02% para -2,24%). Já
a gasolina passou de -0,69% para 0,03%, e o etanol de -3,71% para -0,22%,
fazendo com que o grupo transporte tivesse queda menor do que no mês anterior.
Já
o grupo saúde e cuidados pessoais (de 0,20% em julho para 0,45% em agosto) teve
alta influenciada, sobretudo, pelos serviços médicos e dentários (1,12%) e de
produtos de higiene pessoal (0,42%). Os preços dos remédios, porém, continuam
em queda (-0,21%), segundo a pesquisa. A
queda da taxa do grupo habitação, que passou de 0,60% em julho para 0,56% em agosto,
foi influenciada pela redução da taxa de água e esgoto (de 0,94% para 0,16%) e
aluguel residencial (de 0,83% para 0,74%). Nas despesas pessoais, que também
teve variação de 1,08% em julho para 0,51% em agosto, o destaque ficou com o
item empregado doméstico (1,45% para 0,53%), seguido de cabeleireiro (de 1,24%
para 0,62%) e manicure (de 0,53% para 0,37%).
Fonte:
O Liberal – Dinheiro – 23/08/2013
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