Rio
- A produção industrial brasileira superou as expectativas ao crescer 1,9% em
junho, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Com o resultado, o indicador anulou a queda de 1,8% em
maio. Apesar de positivo, o dado foi insuficiente para reverter as apostas em
nova retração da produção industrial em julho.
"O
desempenho da indústria neste ano está sendo marcado por uma grande
volatilidade. Mas o setor encerrou o trimestre operando em patamar superior ao
período anterior", citou André Macedo, responsável pela pesquisa.
Por
conta da tendência irregular, o técnico do IBGE classifica como desafiador
prever o comportamento da atividade industrial em 2013. Um trabalho que,
segundo ele, exige uma "certa cautela" diante dos atuais indicadores
de confiança do empresário e do nível mais elevado dos estoques na indústria
automobilística nacional.
Analisar
o dado de junho isoladamente seria um erro para a economista do Banco ABC
Brasil, Mariana Hauer, que aposta em uma nova retração da produção industrial
em julho. "O que temos visto é que em um mês a produção industrial sobe,
no outro cai. Estamos patinando", afirmou. Antes de bater o martelo, a
economista aguarda a divulgação dos dados de produção de automóveis e o
resultado do setor de energia elétrica.
A
tendência de oscilação da indústria deve continuar nos próximos meses, segundo
a economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara. Sem descartar um número
negativo para julho, ela acredita que a esperada recuperação da indústria virá
de forma lenta.
Já
o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
Luciano Coutinho, é mais otimista. Mesmo sem ter analisado a pesquisa, o
executivo lembra a importância do dado positivo em um mês marcado pela
disparada do dólar e de maior incerteza no cenário internacional. "Revela
que o estado de confiança da indústria e planos de produção foram mantidos.
Agora, é claro que é preciso olhar as médias e tendências", afirmou.
O
crescimento de 1,9% na produção em junho aproximou o setor do pico histórico
alcançado em maio de 2011. "Estamos apenas 1,6% abaixo do pico",
declarou o técnico do IBGE.
O
impulso veio basicamente do segmento de bens de capital. O setor vem
contabilizando expansão bem acima do resto da indústria nacional. Pelos dados
do IBGE, esse setor acumula alta de 18,3% na atividade, contra uma média da
indústria de 3,2%.
Por
ser um segmento mais ligado à atração de investimentos para o país, observou
Macedo, o desempenho no primeiro semestre dá mais qualidade ao resultado da
indústria. No comparativo mensal, o crescimento da produção nacional em junho
foi o mais disseminado desde junho de 2008. Das 27 atividades acompanhadas, 22
ampliaram produção.
As
maiores contribuições positivas vieram de indústria farmacêutica (8,8%),
máquinas e equipamentos (3,2%), outros equipamentos de transporte (8,3%) e
veículos automotores (2%).
Fonte:
Diário do Comércio – 02/08/2013
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