quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Libra sai pelo lance mínimo

RIO – A maior reserva de petróleo já descoberta no Brasil, a área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, foi arrematada ontem (21) por um consórcio de cinco das maiores petroleiras do mundo, de três continentes, porém sem nenhuma concorrência. Conforme antecipou o jornal O Estado de S.Paulo, houve apenas uma proposta na licitação, que transcorreu tranquila, praticamente alheia ao violento confronto que ocorria nas imediações do local do leilão – que envolveu cerca de 400 manifestantes e um aparato de segurança de 1.100 militares.
O grupo formado pela Petrobras (40%), a francesa Total (20%), a anglo-holandesa Shell (20%) e as chinesas CNPC (10%) CNOOC (10%) fez o lance nos últimos segundos do prazo fixado para a apresentação de envelopes. Levou a área pelos parâmetros mínimos estabelecidos no edital: pagarão o preço fixo de R$ 15 bilhões pela assinatura do contrato, valor que ajudará nas metas de superávit do governo, e partilharão com a União o piso de 41,65% de óleo lucro.
“O governo está muito satisfeito com o leilão de Libra, pois foi um sucesso”, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em São Paulo. Em pronunciamento em cadeia de rádio e TV, a presidente Dilma Rousseff comemorou ontem o “sucesso do leilão do Campo de Libra”, classificando-o como “um marco na história do Brasil”, e fez questão de responder às críticas de vários setores que vão da oposição aos próprios funcionários da Petrobras. Dilma reagiu ainda às acusações de que o leilão representava a privatização do petróleo brasileiro.
“Sucesso maior do que este era difícil de imaginar”, disse a diretora Magda Chambriard, desdenhando a falta de concorrência. A presidente da Petrobras, Graça Foster, acompanhou a licitação, mas não concedeu entrevistas. As ações da estatal tiveram alta forte ontem: 5,30% as preferenciais (PN) cotadas a R$ 18,88, e 4,92% as ordinárias (ON), cotadas a R$ 17,69. O movimento da estatal puxou o índice Ibovespa, que fechou em alta de 1,26%.
O primeiro leilão do pré-sal, que inaugurou o regime de partilha, foi realizado com cerca de 400 pessoas em um hotel da Zona Oeste do Rio, com esquema ostensivo de segurança nunca antes montado para um leilão. A maioria dos participantes montou base no hotel, que teve sua lotação esgotada e quartos transformados em escritórios.
Enquanto homens da Força Nacional e do Exército faziam segurança do lado de fora, com homens fortemente armados, escudos, cães, escopetas e até embarcações da Marinha, parte dos participantes nem viu o lançamento de bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes do lado de fora, apesar de a fumaça irritar os olhos de quem chegava às portas do hotel.
"Não houve nenhuma frustração, estamos satisfeitos com o resultado", disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Segundo ele, o grupo vencedor forma uma parceria público privada de empresas de alto nível. "São empresas que dominam uma tecnologia sofisticada, porque são 7 mil metros de profundidade para exploração", destacou.
Site: http://www.fcdlce.com.br - 23/10/2013

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