RIO – A maior reserva de petróleo já
descoberta no Brasil, a área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, foi
arrematada ontem (21) por um consórcio de cinco das maiores petroleiras do
mundo, de três continentes, porém sem nenhuma concorrência. Conforme antecipou
o jornal O Estado de S.Paulo, houve apenas uma proposta na licitação, que
transcorreu tranquila, praticamente alheia ao violento confronto que ocorria
nas imediações do local do leilão – que envolveu cerca de 400 manifestantes e
um aparato de segurança de 1.100 militares.
O grupo formado pela Petrobras (40%), a
francesa Total (20%), a anglo-holandesa Shell (20%) e as chinesas CNPC (10%)
CNOOC (10%) fez o lance nos últimos segundos do prazo fixado para a
apresentação de envelopes. Levou a área pelos parâmetros mínimos estabelecidos
no edital: pagarão o preço fixo de R$ 15 bilhões pela assinatura do contrato,
valor que ajudará nas metas de superávit do governo, e partilharão com a União
o piso de 41,65% de óleo lucro.
“O governo está muito satisfeito com o leilão
de Libra, pois foi um sucesso”, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em
São Paulo. Em pronunciamento em cadeia de rádio e TV, a presidente Dilma
Rousseff comemorou ontem o “sucesso do leilão do Campo de Libra”,
classificando-o como “um marco na história do Brasil”, e fez questão de
responder às críticas de vários setores que vão da oposição aos próprios
funcionários da Petrobras. Dilma reagiu ainda às acusações de que o leilão
representava a privatização do petróleo brasileiro.
“Sucesso maior do que este era difícil de
imaginar”, disse a diretora Magda Chambriard, desdenhando a falta de
concorrência. A presidente da Petrobras, Graça Foster, acompanhou a licitação,
mas não concedeu entrevistas. As ações da estatal tiveram alta forte ontem:
5,30% as preferenciais (PN) cotadas a R$ 18,88, e 4,92% as ordinárias (ON),
cotadas a R$ 17,69. O movimento da estatal puxou o índice Ibovespa, que fechou
em alta de 1,26%.
O primeiro leilão do pré-sal, que inaugurou o
regime de partilha, foi realizado com cerca de 400 pessoas em um hotel da Zona
Oeste do Rio, com esquema ostensivo de segurança nunca antes montado para um
leilão. A maioria dos participantes montou base no hotel, que teve sua lotação
esgotada e quartos transformados em escritórios.
Enquanto homens da Força Nacional e do
Exército faziam segurança do lado de fora, com homens fortemente armados,
escudos, cães, escopetas e até embarcações da Marinha, parte dos participantes
nem viu o lançamento de bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes do lado
de fora, apesar de a fumaça irritar os olhos de quem chegava às portas do hotel.
"Não houve nenhuma frustração, estamos
satisfeitos com o resultado", disse o ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão. Segundo ele, o grupo vencedor forma uma parceria público privada de
empresas de alto nível. "São empresas que dominam uma tecnologia sofisticada,
porque são 7 mil metros de profundidade para exploração", destacou.
Site: http://www.fcdlce.com.br
- 23/10/2013
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