Se qualidade de vida é um
tema amplo, no trabalho ele também se expande e ultrapassa os limites do
departamento de Recursos Humanos. O ideal é que o conceito seja incorporado por
toda a empresa, de tal forma que se estabeleça como um valor agregado da
instituição, sustenta Ana Cristina Limongi França, professora da Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade (FEA/USP).
A docente, que coordena o
Núcleo de Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho, fez palestra no comitê
estratégico Gestão de Pessoas da Amcham-São Paulo na última quinta-feira
(07/03). Ela falou ao site após discutir com gestores de pessoas formas de
alcançar maior bem-estar no mundo corporativo.
Segundo Ana Cristina, é
preciso analisar as relações no trabalho e fazer sua gestão com o foco em
benefícios externos (corpo) e internos (emocional) para a saúde dos
funcionários. O conceito, porém, não deve se limitar ao departamento de
Recursos Humanos.
“Esse assunto não perpassa
apenas os recursos humanos, mas também envolve saúde, segurança e imagem da
companhia”, explica.
Valor agregado
A professora entende que, se
o tema for incorporado a todas as atividades corporativas, gera valor agregado
para o negócio. “Tudo o que a empresa faz bem feito aumenta o valor das ações,
se ela tiver capital aberto, e se reflete inclusive em relações comerciais
diferenciadas”, exemplifica.
Segundo Ana Cristina, a
maioria das empresas ainda não compreende de modo amplo o comportamento dos
profissionais, apesar de os índices de assédio moral e depressão ainda serem
altos no ambiente corporativo.
Ela propõe uma agenda de
qualidade de vida com foco biológico (hábitos saudáveis), psicológico
(autoestima e conhecimento), social (educação e consumo) e organizacional
(ergonomia e clima), e diz que cada empresa deve analisar o que, dentro desses
parâmetros, pode ser feito na prática para ter efeito positivo sobre a vida dos
funcionários.
“É possível haver ações comunitárias,
de saúde, artísticas e de outras áreas. Um coral, por exemplo, pode melhorar
muito a vida social das pessoas. Quanto mais saudável é a vida social, mais
produtivas as pessoas se tornam”, cita.
Durante a atividade laboral,
o conceito deve virar prática. Ana Cristina alerta que não há mais espaço para
autoritarismos. A hora é de uma gestão com base em cultura de respeito. “Isso
caracteriza um olhar humanizado nas relações de trabalho. Se toda a empresa tem
essa cultura, a qualidade de vida se torna o ‘bolo’ e não apenas a ‘cereja’”.
Fonte: Câmara Americana de Comércio, Publicado em 14 de Março de 2013 às 14h51.
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